quarta-feira, 4 de junho de 2008

(Robert Duval)


"Cada palavra, cada gesto, o teu corpo no meu. Cada palavra, cada carinho, a certeza não proferida. As minhas mãos no teu corpo. O teu corpo no meu. Olhos nos olhos. Beijas-me. Acaricias-me. Dizes-me palavras que não ouço. Apenas sinto. Sinto
eu sei que vou te amar, por toda a minha vida eu vou te amar
O meu corpo palpitante, o teu sexo latejante. Procuras-me. As tuas mãos desenham carinhos na pele quente. Tacteiam. Impacientes. Queres o meu corpo no teu. O meu respirar ofegante. O corpo ondulante
a cada despedida eu vou te amar
E eu quero-te também…
desesperadamente eu sei que vou te amar
Com a mesma urgência de sempre. Desejo. Quero o prazer que o teu corpo me dá. As palavras que a tua boca, como beijos, me vai pousando pelo corpo. O roçar da pele dos nossos corpos. Abraços apertados. O bater do coração perto. Tão perto
e cada verso meu será para te dizer
que eu sei que vou te amar por toda a minha vida
Acarinhas a minha alma. Embalas-me junto ao teu peito. Trazes-me presa num beijo ofegante. E eu…
eu sei que vou chorar, a cada ausência tua eu vou chorar
Sinto. Sinto-te. Sôfrego. Liberto. Sinto-te confortável em mim. Desejo. Sinto o teu desejo. Cada gesto como um grito. Cada palavra, um sussurro. O prazer num rio, intenso. Que me há-de percorrer. Inundar
mas cada volta tua há-de apagar
o que essa tua ausência me causou
Olhas-me. Sorris-me. E o teu corpo no meu, já não é teu nem meu. Apenas um só. Os sentidos que se desprendem. Que se não controlam. Uma lágrima que cai…
eu sei que vou sofrer a eterna desventura de viver
à espera de viver ao lado teu por toda a minha vida
E em cada palavra, em cada gesto a certeza não dita…"


by Vinicius de Moraes / Mandrágora

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